Devorando Paris

 
Estou em Paris! A cidade é linda e vivo tirando fotos com meu celular, especialmente do Sena. Mas também vim aqui pra comer, então vamos logo ao que interessa! Tenho comido muito e quase sempre bem!
O restaurante L'Epi Dupin é bonitinho e tem menu que muda todo dia, o que por um lado o torna interessante mas por outro mais arriscado. Comi bem num dia e normal quase decepcionante em outro. Achei as entradas mais interessantes que os pratos principais e as sobremesas o ponto mais fraco do restaurante.
Já tanto o Le Comptoir du Relais quanto o Les Cocottes são totalmente confiáveis, comi muito bem 3 vezes no primeiro (com destaque para o pato e a torta de maçã) e duas no segundo (nesse a entrada de raviole de lagostin é imperdível), mas tudo é muito bom. Além de servir uma comida muito gostosa e sempre bem feita, os dois lugares tem em comum um ambiente simpático e animado, com um staff jovem, porém de estilos diferentes. O Comptoir é um clássico bistro, bem apertado e com aquela decoração típica. O Cocottes é mais moderno com lugares em bancos no seu comprido balcão e algumas mesas. Já o serviço do Cocottes achei bem superior ao do Comptoir.
Também recomendo o Ze Kitchen Galerie, um restaurante um pouco mais caro, bem badalado, com uma cara moderna, um serviço excelente e uma comida muito boa, inventiva na medida certa, com influências asiáticas. Além de sobremesas bem acima da média dos restaurantes.
Experiências contraditórias em dois restaurantes, onde uma pessoa comeu muito bem e a outra nem tanto foi o que aconteceu no La Regalade (ótima entrada de tartelet de atum) e no Itineraires (muito bom o prato de risoto com tinta de lula e frutos do mar). De qualquer forma os dois tem em comum ótimo ambiente, atendimento eficiente e simpático e preço razoável. O Regalade ainda tem porções muito bem servidas.
No Le Timbre comi apenas razoavelmente, mas fiquei impressionada com o chef inglês fazendo tudo sozinho, desde as entradas até as sobremesas para as cerca de 30 pessoas que podem sentar no salão.
Agora vou falar de uma das piores experiências gastronômicas da minha vida: Le Baratin, que eu não voltaria nem se fosse Le Gratuitin! O lugar é horrososo e a comida é detestável. Pra piorar de onde sentei pude espiar a cozinha e vi uma bagunça e um descaso inareditável que resultou em uma gororoba não só feita sem técnica, mas também sem gosto e sem capricho.
Para melhorar meu humor e não acabar com meu dia só dando um pulo compensatório na Patisserie des Rêves. Felicidade é comer a Tarte Tatin, a torta de framboesas frescas ou de frutas vermelhas e o memorável Paris-Brest, isso sim é gastronomia! Os doces são feitos com técnica, capricho e os melhores ingredientes. São lindos, frescos, com texturas maravilhosas e sabores inacreditáveis! Essa vontade de fazer bem feito, essa busca pelo excepcional que sentimos a cada mordida é empolgante e chega a emocionar, resultado de trabalho de pessoas extremamente talentosas, verdadeiros artistas como o chef Philippe Conticini e tantos outros. Agora me diga, onde mais pessoas como ele poderiam trabalhar, senão na cidade luz? Paris tem de tudo, tem restaurantes excelentes e também medíocres, tem que saber onde ir, claro. Mas pra dizer a verdade eu ainda não fui a nenhum outro lugar do mundo que tenha tanta gente com vontade de fazer bem feito e com tanta gente que sabe apreciar o que é bom. Enfim, acho Paris uma cidade inspiradora!


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